SOROCABA – Um bebê com 33 semanas foi operado no útero da mãe, em São José do Rio Preto, nesta segunda-feira, 17, para a correção de uma má formação congênita que o faria nascer com o intestino fora do abdômen. A assessoria do Hospital da Criança e Maternidade (HCM), onde o procedimento foi realizado, afirma que a cirurgia é inédita no mundo. Até então, o procedimento para corrigir a má formação, conhecida como gastrosquise, só era feito após o nascimento da criança.
O procedimento, denominado fetoscopia, foi realizado por uma equipe com médicos do HCM, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, Universidade de Taubaté (Unitau) e Hospital de Baia Blanca, da Argentina. Segundo a assessoria, o ineditismo fez a equipe ser convidada para apresentar a cirurgia no Congresso Mundial de Medicina Fetal, que acontece no final deste mês, na Espanha.
Os médicos precisaram de uma hora e 40 minutos para realizar o procedimento, considerado minimamente invasivo. Foram feitas quatro pequenas incisões na barriga da mãe para a introdução dos instrumentos que permitem ver o interior do útero e corrigir a má formação. O intestino do bebê foi recolhido à cavidade abdominal e a parede muscular foi fechada.
Conforme o especialista em medicina fetal do HCM, Gustavo Henrique de Oliveira, a nova técnica traz benefícios importantes para a saúde do futuro bebê e da mãe. “O primeiro é a segurança do procedimento, pois o feto é operado em ambiente o mais estéril possível, que é o útero materno. Com isso, o risco de infecção é extremamente reduzido.”
Outra vantagem segundo ele, é o fato de o bebê nascer sadio, o que permite mamar imediatamente no seio da mãe e ter alta hospitalar em três ou quatro dias. Já o bebê que se submete à cirurgia após o nascimento tem as alças intestinais muito inflamadas, o que o impede de mamar e precisa permanecer, em média, 30 dias internado, recebendo nutrição parenteral. Só após esse período, ele pode ter contato com o seio materno.
Fonte e Divulgação: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/hospital-realiza-cirurgia-inedita-em-bebe-no-utero-da-mae-em-rio-preto,1004900a17f27972b97a46cf4adf6980s5h6pdgm.html